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quinta-feira, 10 de julho de 2014

UMA MESA ÁRABE II

Uma boa mesa libanesa é onde você vai ter várias entradas acompanhados de michui de frango ou kftas de cordeiro grelhado. É o que mais se come no dia a dia. A batata frita é campeã mas nos restaurantes mais tradicionais ela não é servida. De toda maneira, a batata frita caiu no gosto globalizado...
Kftas de cordeiro com batatas fritas, tomate grelhado, refogado de verduras, pão pita, taratoor(molho de alho) maio de 2014 Beyrouth - Libano - para 2 pessoas
 
Kftas de cordeiro e michui de frango grelhados, pão pita, legumes grelhados e molho taratoor
(refeição para 8 pessoas,  servida no norte do Líbano em maio de 2014)
 
Kfta de carne bovina, michui de frango, pão markuk, batatas fritas, legumes grelhados, molho taratoor, pasta de tomate com chili. R$45,00 para 2 pessoas, na CASA DE ABRAHÃO
 
Quatro Michui de frango, pão markuk, batatas fritas, molho taratoor, pasta de tomate com chili, legumes grelhados. R$45,00 para 2 pessoas, na  CASA DE ABRAHÃO.
 
 

quarta-feira, 9 de julho de 2014

UMA MESA ÁRABE

Neste post quero falar um pouco sobre a mesa árabe, algumas tradições, algumas curiosidades e alguns mitos cultivados aqui no Brasil. Queria ter escrito sobre isto há muito tempo atrás mas acredito que esta espera foi importante para poder amadurecer algumas idéias.

Sempre tive a proposta de fazer comida árabe para mineiros, não para os árabes, até porque, sou mineiro  de ascendência síria. A cozinha árabe como a conhecemos é a sírio-libanesa. Esta cozinha que veio com os imigrantes(como meu avô) no início do século XX, trouxe principalmente a cozinha dos kibes, dos tabules e das sfihas. Adaptou-se ao Brasil com os ingredientes locais. O cordeiro foi substituído pela carne bovina na maior parte das preparações.

O tabule sofreu uma transformação ainda mais radical. Deixou de ser uma salada de salsa para ser uma salada de triguilho com salsa. Isto se explica pelo fato de que os imigrantes precisavam alimentar suas famílias com algo mais substancial do que salsa e, por isto, o triguilho foi adicionado numa quantidade acima do razoável. Depois, foram acrescentando azeitonas, pepino até chegar a colocarem palmito!!!!

A aceitação do bolinho de carne(kibe) e das sfihas foi tal que podem ser encontrados em qualquer lugar do Brasil e em qualquer lanchonete. Para o brasileiro, kibe e sfihas é sinônimo de comida de rua, para serem consumidos num lanche rápido, jamais como parte de uma refeição mais completa.
 
TABOULLEH que me foi servido num restaurante perto das montanhas que dividem o Líbano com a Síria em 2014. Observe que você pode contar os grãos de triguilho na salada. O bom taboulleh leva praticamente salsa, tomate e um pouco de cebola bem picada. Bom azeite de oliva é importante para temperar. Pouco sal, pouco limão.

Sobre o AZEITE, então é um disparate a quantidade que o brasileiro adiciona aos pratos árabes mesmo que eles já contenham o precioso óleo. Na verdade, não há em lugar algum no Líbano(sem falar que o mesmo acontece em outros países árabes) que se possa encontrar azeite em garrafinhas nas mesas como se encontram aqui(ou como se exige aqui). No Oriente cozinha-se ou  coloca-se na comida muito menos azeite  do que se coloca aqui no Brasil.

SAL é outra coisa que se consome pouco no Oriente. São os temperos que dão sabor aos pratos e não a quantidade de sal.